segunda-feira, 8 de abril de 2013

RESENHA DO LIVRO ‘ON THE ROAD’, DE JACK KEROUAC.




Antes de conhecer a história de Jack Kerouac, eu conheci Chris Mclanders. E foi ele que me ‘levou’ até Jack, por conta dessa história de pegar a estrada e sair por aí. Antes de comprar ON THE ROAD – o manuscrito original; eu pesquisei muito e li sinopses de outras obras dele e estava encantada.

É difícil não comparar Jack com Supertramp – pelo menos até não conhecer bem os dois – e confesso que a NATUREZA SELVAGEM de Chris, foi muito mais intensa do que a estrada de Kerouac.

Kerouac amava a América, as pessoas, estar vivo e viver cada acontecimento, o que para mim ele era apenas um jovem entediado, que decidiu fazer um pouco de desordem e que encontrou outros malucos, que o apoiaram ou que faziam coisas piores que ele, o que conseqüentemente causava certa identificação.

Eu achei estúpido quando Bob Dylan disse que este livro mudou a vida dele, particularmente eu não vi/li nada de mais.

Pode até ser pelo tipo de escrita, ON THE ROAD é escrito em tom confessional, tipo diário, já NA NATUREZA SELVAGEM, foi escrito após a morte de  Chris, por John Krakauer, o que abre espaço para uma “romantização” da história.

O que Jack me passou é que mesmo ele vivendo com pessoas que se diziam “intelectuais”, eles não passavam de verdadeiros vagabundos vivendo numa sociedade niilista. O que pelo menos no ponto “vagabundos”, ele mesmo algumas vezes se autodenomina assim.
Eu achei uma narrativa cansativa e me arrependi de tê-lo comprado, eu poderia ter gasto esse dinheiro com um livro bem mais prazeroso... apesar de esse livro ser considerado um clássico americano.

Por isso não nego a importância da obra, nela Jack exalta a América, narra suas aventuras, e anota tudo, quem sabe isso não me seduziria a uns 3 anos atrás, mas hoje em dia não mudou muita coisa na minha vida e não me acrescentou nada que eu já não soubesse, além de ter caráter machista, por que sim, eu sou uma grande fã de romance. U_u

Além do mais ao final de sua vida Kerouac, terminou um velho bêbado que ia a missa aos domingos, como eu li em uma revista:

“Desapontado com os beatniks, desgostoso com os excessos, Kerouak encontra refugio no catolicismo e no conservadorismo.”

Mas veja só, como a vida dá voltas, na velhice o vazio existencial o toma de tal forma que até conservador ele vida. ¬¬’

Depois de passar a vida fugindo de leis e regras, no limite humano, com álcool, drogas, mulheres, etc... ele, no fim se rende a america way of life: propriedade privada, religião e capitalismo.

Por isso prefiro Chris McLanders, aprecio muito mais sua busca trágica do que a busca frustrada de Kerouac.

Na medida em que a leitura se desenrola, podemos perceber um certo amadurecimento dos personagens.

É como se toda a excitação vazia fosse apenas novidade, depois se ‘jogar’ na estrada se torna uma necessidade, como em uma parte que Jack diz: “Queimei todas as pontes”, nesse momento ele desiste de todo o seu passado, não se importando mais com nada a não ser com a extensa linha branca no meio da estrada e os loucos acontecimentos durante o percurso.

A amizade de Neal e Jack se fortalece, exatamente por que agora eles passam mais tempo juntos e ela se torna foco. A sanidade de Neal é mais do que questionável, só Jack o compreende.

Ao final de sua maior aventura que foi pelo México, algo aconteceu... Neal voltou sei lá para qual sua esposa – sendo que ele tinha já não sei quantos filhos, com várias mulheres -  e Jack depois voltou sozinho para casa, de ônibus e termina o livro dizendo que depois disso nunca mais viu Neal Cassadi.

-------------------------------------------------------------------------------  Ana Karoline Martins.

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