quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

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Presos aqui...
Condicionados a alguns anos de espera.
Escravos do tempo.
Somos seres encarcerados na mesma medida em que somos livres.
Personagens, bonecos de papel, marionetes...
Manipulados por um Deus, por uma ordem, por uma lei,
pelo tempo...
Um sol e uma lua que passam, ponteiros de um relógio que marcam.
Células trabalham, se regeneram, cansam, envelhecem...morrem.
E o tempo passa, o tempo não para.
E a gente tenta se agarrar ao presente de todas as maneiras mediocremente humanas.
Plásticas, horas no salão, estética, beleza, jovialidade... nada de eterno se compra.
E o tempo passa...
De resto só a lembrança, os passos, os caminhos percorridos e uma nostalgia que chega a doer.
Os ponteiros correm, as páginas do calendário são arrancadas descompassadamente.
Um grão preso no tempo, fazendo pequenas obras para se sentir completo.
Vivendo em um tempo que não liga, não perdoa, é indiferente, passa por cima de tudo e de todos, de histórias...
Frio, não se apega, não se lembra, não sente, o tempo não para, só passa e sempre nos leva para o fim, para a morte, para além da sorte.
                                                                                              Ana Karoline.

Um comentário:

  1. "Somos seres encarcerados na mesma medida em que somos livres." Talvez até mais encarcerados do que livres. Ótimo o texto. Bjos

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