- Nada a fazer...só observar o
homem da frente.
Ele mora sozinho, foi o que eu pude
perceber, e amigos que vem de vez em quando e eles desatam a beber.
Tem dias em que ele vai até a janela e fica
a observar a imensidão do céu, com seu
cigarro na mão à fumaçar, um tanto reflexivo, um tanto solitário, mas sorri, quando
está entre amigos.
Depois da meia – noite, só a cerveja é sua
companheira.
- No andar um pouco mais
embaixo ao dele, aconteceu um aniversário surpresa, vi os preparativos e as
luzes se apagando, quando a mulher da frente chegou, começaram a cantar em
uníssono parabéns pra você...
Ela ficou feliz, abraçou os que estavam
presente e ficaram comendo as guloseimas que só aniversário tem.
- Lá em baixo, o homem de trás
chegou do trabalho, tocando Linkin Park em seu rádio, pegou suas coisas e foi
para seu apartamento.
- Voltando o olhar para o homem
da frente, ele está a fumar na janela, o que se passa em sua mente? Quais seus
dramas? Seus desejos, sonhos, vontades? Qual seu nome?
- A mulher da frente, feliz,
uma ano mais velha, amigos legais que fazem festa surpresa, mas, o que lhe faz
chorar? Seus pais ainda estão vivos? O namorado é fiel? Ela é realmente tão
feliz quanto aparenta ser?
- O homem de trás, chegou
aparentemente cansado do trabalho, será que tem uma esposa que o espera com
amor ou está pregada em frente a uma televisão assistindo novela? Será que ele
tem filhos? Gosta de sua vida? Ou não tem esposa? Vive sozinho?
- E eu aqui, na minha janela,
só a observara vida alheia, por que as vezes é tão necessário saber o que os
outros estão fazendo? Será que é para nos certificarmos de que há vidas mais
difíceis do que a nossa, ou nada mais que simples curiosidade?
Ou pela necessidade de vermos que não
estamos sozinhos nessa, que na vida há diversas formas de sofrimento, de dor,
de alegria, de vida...mesmo sem nos conhecermos sinto que eles – esses
personagens – fazem parte da minha vida.
Sim, eles são meus vizinhos de condomínio,
mas nunca passamos um pelo outro, nunca nos desejamos bom dia, nunca trocamos
olhares.
Eu vivo, eles também, cada qual com seus
afazeres, cada um com seu charme, seus interesses, sua profissão...não sei se
por eles minha presença é notada, não sei se eles sabem da minha existência,
mas continuo aqui a observá-los e a nutrir esse meu interesse pelo homem
misterioso da frente.
- A garota da frente tornou-se
a minha inspiração, ela mora sozinha, e fica horas a fio naquela janela desde quando
chega não sei de onde, fica a observar alguma coisa, o que será que ela pensa?
Qual será seu nome?
Acabei de arrumar um assunto novo para o meu
livro, vai ser sobre o modo como vivemos em um mesmo lugar e mesmo assim tão
separadamente.
- Enquanto eu fumo meu cigarro,
no andar de baixo ao dela, eu vejo um casal que...
Ana Karoline.
Poxa Karol você escreve muito bem, bem gostoso de ler o seu post!
ResponderExcluirÉ realmente impressionante como nós somos desatentos às coisas que acontecem ao nosso redor! Se observássemos mais poderiamos perceber coisas super interessantes! :)
Abraço
Karoline, tu ta escrevendo mesmo um livro?? Se não ta na hora de começar em!
ResponderExcluirBah! guria, um conto maravilhoso, pra fazer comentários como os teus só pode fazer quem lê, escreve e vive.
ResponderExcluirEu sinto falta de uma "janela indiscreta", em volta de mim é mato e mato.
beijo
Gostei, deu saudades de ouvir link park ^^
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