Eu estava no meu
quarto de apartamento, era de tarde, o sol estava quase se pondo. Pus meu livro
de lado e fiquei a contemplar o céu.
De repente vi
que uma coisa entre os prédios se movia, era um pouco lento, mas movia-se.
Aquilo me chamou a atenção, pela sua cor
e forma.
Saí do meu
quarto, fui em busca daquele que subia, lá fora pude perceber que ele estava
sendo controlado por alguém, era por um homem que mora no bloco de lado ao meu,
ele estava na janela.
Fiquei a contemplar
o balão de gás e cor alaranjado que subia como um chamado aos que em baixo o
observavam.
De repente uma
curiosidade me invade, eu precisava saber quem era aquela pessoa que estava
controlando aquele balão.
E fui, andei
alguns passos até a entrada do bloco de apartamentos da frente, fiz uma rápida
contagem do número do andar de onde saiam os balões.
Até que ele
solta outro, então, é dali que o outro saiu, pego o elevador.
Bato na porta,
depois de alguns segundos ela é aberta, um homem me pergunta o que eu quero,
quando de repente uma garotinha loira chega por entra suas pernas abraçando-as.
Eu sorrio meio
sem graça, a garotinha pergunta se o pai dela não vai me mandar entrar. Ele
também dá um sorriso e diz: - Mas minha filha nem sabemos que ela quer. – E olhado para mim, ele
pergunta - : o que você deseja?
Eu falo do balão
e explico que era uma história idiota, mas é que eu senti como se o balão me
chamasse.
Ele abriu mais a
porta e me chamou para entrar. Sentamos no sofá e a garotinha ficou a brincar
com as fitas coloridas que tinha no chão, provavelmente materiais para a
construção de outros balões.
Também é uma
história idiota – ele diz – mas é que minha esposa gostava muito de balões, e
quando ela morreu eu e Sara nos mudamos para cá – ele hesita e pouco, mas
continua – um certo dia quando eu estava pondo ela pra dormir ela me perguntou
como era que a mãe dela ia nos achar quando voltasse... e para fazê-la dormir
eu enchi uma bexiga, escrevemos nossos nomes e ela soltou pela janela.
- Nossa, é uma
história cheia de emoção! – disse eu, mais por não ter o que dizer, tamanha a
minha emoção.
- E até hoje a
gente solta esses balõezinhos que nós mesmos fabricamos – disse ele em meio a
um sorriso – não é filha?
Ela apenas mexeu
a cabeça afirmativamente sorrindo e disse de cabeça baixa: - Ela voltou papai!
– olhou pra mim e sorriu.
Eu meio que
desconsertada me levantei: - Bom, eu já estou indo.
- Não dê atenção
ao que ela disse, é que ainda é muito recente tudo o que aconteceu, me desculpe
– disse ele.
- Não tem
problema, bom, me desculpe também por ter vindo até aqui, nossa...
- Se quiser
voltar mais vezes, fique a vontade, para a gente tomar um café não sei...
- Tudo bem, mas
já vou indo.
- É... como você
se chama?
- Me chamo
Amanda.
- Eu sou Julio –
estendendo a mão – prazer.
Depois que saí
de lá não mais parei de pensar nisso que aconteceu, o sorriso não saia mais do
meu rosto, foi como se finalmente eu tivesse me encontrado, entrei em casa,
voltei para o sofá onde eu estava e peguei o livro...mas que doideira essa que
eu fiz...
- Viu pai, o
nome dela é Amanda, finalmente a mamãe encontrou o caminho de casa.
Ana Karoline.
A D O R E I !!!! Que conto mais lindo. Me emocionei.
ResponderExcluirAdoro histórias assim... Um dia crio coragem, e conto algumas.
Abraço pra você.