Com a chegada do fim do ano sempre uma nostalgia nos contagia...
Lendas
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Boneca do bom-bom – A origem
Quem estuda no Patronato há certo tempo deve ter noção
dessa história só pelo título. Reza a lenda que uma aluna do Colégio era a dona
de uma boneca. A aluna morreu, logo depois do triste episódio, a boneca começou
a ser usada como manequim pelas irmãs na secretaria, para mostrar o modelo do
uniforme. Parece que ao longo dos anos o espírito da menina que morreu
apoderou-se da boneca. Bizarro, não é? O motivo da nomenclatura “Bom-bom”
ninguém sabe ao certo, existem várias versões, mas todas giram em torno de uma
atitude relacionada à boneca e um bom-bom. Há alguns anos, alunos se sentiram
profundamente atormentados por tal fato, chegando ao ponto do antigo diretor
Padre Marques expor a boneca no pátio da escola (Sim, a boneca que era modelo
realmente existia e ficava guardada em uma sala de antiguidades) e com estas
palavras ele tentava acalmar os alunos que se encontravam em estado de pânico:
“- Ela é só uma boneca. Ela não faz nada” (sacolejando a boneca para todos
verem sua inércia). Não viu nada de interessante nessa história? Na verdade
contamos tal lenda para introduzir um conto verídico. Pode parecer idiota, mas
se tiver paciência, leia, pois a seguinte história jamais foi divulgada. Ela é
tão real que está comprovada por meio de fotos e mapas que remontam planos
arduamente trabalhados. Mas ATENÇÃO: só leia o parágrafo seguinte se tiver
vontade de fazer isso.
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Boneca do bom-bom – Ressurgindo das cinzas.
Dois
Mil e Oito - Primeiro Ano - Ensino Médio. Era Setembro, mais precisamente no
dia dez. Os primeiros chuviscos avisavam o retorno do inverno. Corriqueiramente, quando se aproxima o final
do ano letivo, jovens complexados tendem a bolar estratégias mirabolantes para
serem finalmente vistos e lembrados pelo resto do Colégio, deixando assim seu
legado para as gerações futuras.
Com duas adolescentes em pleno conflito de
identidade também não foi diferente. Estavam eufóricas, pois há tempos não
passavam por fortes emoções. Extasiadas pelo romantismo policial e lírico como
as jovens do século XX, desejavam profundamente sentir aquilo que admiravam em
filmes e livros, a adrenalina.
Atônitas, queriam encontrar uma forma de mexer
com toda a sociedade patronatense e degustar os olhares confusos e surpresos de
todos, enquanto suas identidades permaneciam ocultas e seus olhares dolosos
perdiam-se na multidão admirada com a cena. Foi nessa manhã que tiveram uma das
suas mais esdrúxulas idéias: Fazer renascer das cinzas, a lenda já esquecida da
BONCECA DO BOM-BOM. Pediram a ajuda de um ex-aluno que já era acostumado a
realizar brincadeiras desse tipo. O amigo conseguiu mais um comparsa,
carinhosamente apelidado de “Boca do Inferno”, mas não pelas características
culturais similares com o poeta Gregório de Matos, mas por seu protótipo físico
de lábios e arcada dentária. Semana de provas, as duas criaturas abobalhadas
foram fazer uma “visitinha” à sala da Coordenadora da Educação Infantil
(Meiriane) e estudar o local. Afinal, de onde elas poderiam tirar a boneca para
realizar a tal proeza? O território foi estudado e um dia depois se consumou o
furto da boneca. Obviamente não era a verdadeira, mas isso não importava, o
plano exigia uma boneca, qualquer boneca. A respiração ofegante acompanhou os
passos das garotas até o armário de madeira branco, muito antigo por sinal, o
que era um charme do estabelecimento. Uma delas vigiava o ato, enquanto a outra
arrastava do armário qualquer boneca, a mais próxima possível.
Após o
infortúnio, as duas corriam freneticamente enquanto driblavam a recepcionista
obesa e mal humorada. Ao passo apressado uniam-se as gargalhadas impiedosas,
quando caminhando fora do Colégio. Sentiam o corpo todo tremer e uma adrenalina
jamais imaginada. Talvez isso parecesse medíocre para todas as pessoas, se
soubessem do ocorrido, mas não para elas, para elas aquilo era mais do que uma
travessura inútil, pois uma bobagem só pode torna-se relevante, quando as
pessoas delimitam um valor necessário para isso. E foi o que elas fizeram, transformando uma
atitude imatura em um parque de diversões.
Quando olhavam para a bolsa e viam
aquela boneca abarrotada dentro, jorravam-se rios de lágrimas conseqüentes das
risadas incontroláveis. Mais tarde chegavam à casa do amigo da pesada, onde
estipulavam a hora para queimar a boneca. A tão esperada noite chegara, saíram
sem rumo os quatro, só mantinham um objetivo em mente, queimar a inocente
boneca de cabelos castanhos e transformá-la em algo assustador. Finalmente
encontraram um lugar pouco movimentado, Ponte do Vapor, depois de acender um
cigarro para provar que era um macho viril, o rapaz ateou fogo em uma sacola e
logo a boneca foi ganhando novas feições, assustadoras por sinal, careca e sem
roupa, estava assim consumado o fim da combustão de uma boneca sutilmente
apelidada de Bom-bom.
Risos frenéticos eram praticamente expelidos de crianças
crescidas no meio da rua, pessoas passavam e ousavam pensar em drogas, sexo ou
qualquer outra coisa proveniente da cena ali realizada, mas nunca pela cabeça
dos demais passavam travessuras infantis de escola. Os dias passavam e o plano era pendurar a
boneca queimada em um corredor ao lado da pequena quadra que era o contrário
dos banheiros, ao redor dela acenderiam velas coloridas e escreveriam as mais
diversas bobagens para amedrontar os alunos. Atolados em seus utópicos
pensamentos estudaram o local e articularam toda a entrada sem que o vigia
percebesse.
Mas como simplesmente TUDO na vida das infelizes criaturas tem que
dar errado, no dia a idéia foi interrompida, e tudo desandou, na manhã
seguinte, foram dar uma olhada no local, pois haviam abandonado tudo nas mãos
dos meninos, não encontraram nada, uma grande decepção, apenas alguns vestígios
de rabiscos na parede. Mas os meninos logo após informaram que eles fizeram o
combinado. Até hoje não se sabe o que verdadeiramente aconteceu. Será que a tia
Magda limpou tudo? Ou foi outra pessoa? Só restaram as dúvidas.
Ulyane Vieira.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, a boneca do Bom-bom seempre causou no patronato, kkkkkk. Será que a lenda continua? Tnho que me informar depois. Muuito bom meninas! kkkkk
ResponderExcluirAi, ai, quando lembro disso dá uma saudade, uma vontade de fazer mais dessas. O desfecho foi um pouco frustante, admito, mas a articulação de todo esse plano ocupou a minha mente por algumas semanas, além de ter sido super engraçado...
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